quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Exercícios físicos trazem benefícios após o parto

Atividades trazem um aumento da energia e ajudam a controlar o peso

















A prática de exercícios físicos durante a gravidez traz uma série de benefícios para a gestante. Estudo apresentado na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (Portugal) mostra que entre esses benefícios estão o alivio do estresse, controle do peso e da hipertensão.

O estudo também destaca o papel da atividade física no pós-parto.

De acordo com o trabalho de autoria de Joana Raquel Neto Marques dos Santos, os benefícios do exercício no pós-parto incluem melhoria da condição cardiovascular, facilidade na perda de peso, bem-estar psicológico, redução da ansiedade e da depressão e aumento da energia.

"As mulheres no período pós-parto são capazes de participar de atividades de intensidade moderada sem comprometer o aleitamento materno. Fortalecendo os músculos do pavimento pélvico há uma redução do risco de desenvolver incontinência urinária de esforço", escrevem os autores.

Segundo o estudo, as mulheres que já faziam atividades físicas antes da gravidez ou durante a gravidez devem retomar de forma gradual a sua realização após o parto. 

"Recomendações atuais sugerem que se a gravidez e o parto ocorrerem sem complicações, um programa de intensidade moderada, consistindo de uma caminhada, fortalecimento do pavimento pélvico e alongamentos, deve ser iniciado imediatamente.

No entanto, se o parto foi complicado ou se foi um parto por cesariana, o médico obstetra deve ser consultado antes de se iniciar algum exercício físico, normalmente depois da primeira consulta pós-parto entre a sexta e oitava semanas", diz o texto.

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Café x Câncer


O café, há algum tempo, é alvo de experimentos em laboratório e análises populacionais. Já está comprovado que ele possui substâncias, caso da cafeína, que evitam danos às células - processo que culmina, entre outras doenças, no câncer. Em um estudo assinado pelo governo americano, englobando dados de mais de 400 mil pessoas, seu consumo foi associado a uma menor mortalidade por todas as causas. Só havia uma exceção: o câncer. Não é que o café piorava as coisas, mas... Começaram a pingar trabalhos focados na relação entre a ingestão da bebida e a incidência de tumores específicos. Fomos investigar. Aí descobrimos que, segundo essas evidências, pessoas que tomam café enfrentam menos câncer de mama, intestino... E, pelo contrário, a bebida elevaria o perigo no estômago, nos pulmões... 

EFEITO POSITIVO

Intestino

A evidência

As provas do papel protetor vêm tanto do Oriente como do Ocidente. No Centro Nacional do Câncer do Japão, o acompanhamento de 1435 pessoas detectou que a ingestão frequente de café ajuda a evitar o surgimento de lesões precursoras de tumores nos confins do aparelho digestivo. Já um estudo do Instituto Nacional do Câncer americano tentou fazer uma apuração mais profunda: ao contrastar exames de sangue entre sujeitos com e sem câncer colorretal, os pesquisadores notaram que os indivíduos livres do problema apresentavam mais substratos derivados do café correndo pelas veias - indício de que a bebida estaria defendendo o organismo.

A conclusão

Claro que não adianta tomar baldes de café pensando em se blindar contra o câncer. Nunca é demais lembrar que a propensão ao mal é mediada pelos genes e outros hábitos. Mas umas xícaras por dia parecem ser realmente bem-vindas ao intestino. E a bioquímica começa a decifrar. "A cafeína pode acelerar a passagem de substâncias cancerígenas pelo trato digestivo, reduzindo o tempo de exposição a elas", explica o nutrólogo Dan Waitzberg, professor da Universidade de São Paulo. "Já moléculas como o caveol e o cafestol estimulam enzimas que diminuem a atividade dos agentes perigosos", completa.

Fígado

A evidência

Pesquisadores baseados na Califórnia, nos Estados Unidos, investigaram como o café se comportaria nesse caso. Para amplificar a validade dos seus resultados, fizeram questão de recrutar mais de 160 mil americanos de etnias diversas: brancos, negros, de origem latina, asiática... E aí foi um brinde ao café. Pessoas que tomavam de duas a três xícaras por dia corriam um risco 38% menor de ter câncer no fígado em comparação com quem mantinha distância dos goles.

A conclusão

Parte dos componentes da bebida passa pela maior glândula do corpo para ser processada no organismo. Nesse trajeto, é provável que as células do fígado sejam agraciadas com uma dose de benefício. No entanto, de nada vale ser fã do cafezinho se o álcool aparece em excesso na rotina ou a dieta é calórica e pura gordura - o abuso etílico e a obesidade botam qualquer vantagem a perder.

EFEITO NEGATIVO

Estômago

A evidência

Agora a coisa começa a ficar preta pro café. Após uma revisão de trabalhos englobando mais de 300 mil pessoas, pesquisadores chineses acusam a bebida de patrocinar o câncer gástrico. Já o Epic Study, embasado no acompanhamento de milhares de europeus, conclui que o café não eleva o risco de maneira geral, mas pode, sim, estar ligado a uma maior propensão a tumores na divisa entre o estômago e o esôfago.

A conclusão

Calma! Não é para abolir o cafezinho. A menos que você tenha refluxo ou uma gastrite pesada - mesmo assim, vale uma conversa com seu médico. "O café é desaconselhado a quem tem refluxo porque a cafeína relaxa o esfíncter que separa o estômago do esôfago. Aí o ácido volta e vem aquela queimação", diz a nutricionista Mônica Pinto, da Associação Brasileira da Indústria de Café. Em caso de gastrite, o conselho é tomar a bebida após a refeição, nunca de barriga vazia. E jamais abusar.

Pulmões

A evidência

Uma das únicas meta-análises a destrinchar o possível impacto da ingestão de café nos órgãos-chave do sistema respiratório foi amparada em dados de cerca de 110 mil indivíduos e concluiu que o hábito pode elevar o risco de câncer. Os próprios autores ponderam, contudo, que fatores de confusão como o tabagismo se intrometem tanto na história que não é possível para dar um veredicto.

A conclusão

Esse é um caso em que o café está mais para figurante do que para ator coadjuvante. "Há perigo se o consumo da bebida estiver associado ao cigarro", avalia Waitzberg, que acaba de presidir o Ganepão, um dos maiores congressos de nutrição do país. É verdade que muita gente que fuma adora um cafezinho, mas daí a repartir a culpa da fumaceira com ele chega a ser um exagero. Dentro de uma rotina saudável, uns goles diários só vão ajudar a fornecer energia à sua vida.

Aceita uma xícara?

Os tipos de preparo podem influir nas propriedades

Letícia Raposo

Coado

É a versão mais consumida no Brasil. Ainda bem. Quando se usa o filtro, a gente impede que compostos potencialmente ruins caiam na bebida. Só não vá ferver o pó junto com a água.

Letícia Raposo

Espresso

Já popular por aqui, é mais forte que o tipo coado. Desse modo, resquícios dos grãos conseguem acessar mais o que vai pra xícara. Por essas e outras, dois copinhos por dia estariam de bom tamanho.

Letícia Raposo

Italiano

É feito com aquela cafeteira pequena sobre o fogão. Nesse caso, substratos do grão torrado também chegam mais aos goles. Depois que a bebida fica pronta, evite deixar um tempo extra no fogo.